O Grupo de Produtores RDK estabeleceu-se, nesse último dia 05 de dezembro, como primeiro grupo de pequenos produtores florestais SLIMF – do inglês Small or Low Intensity Managed Forests – do estado do Rio Grande do Sul, a receber a certificação conforme os padrões FSC® de manejo florestal responsável.

Criado em 2018, o grupo é pioneiro no Rio Grande do Sul e surgiu por iniciativa da TANAC S/A, que atua como sua mantenedora, em parceria com a empresa RDK Logs, responsável pela administração do grupo. A criação do grupo de certificação, pela TANAC, teve como objetivo incentivar a qualificação do manejo florestal empregado por seus fornecedores de madeira. No total, são seis produtores de pequeno porte e seis Unidades de Manejo Florestal, localizadas nas regiões Metropolitana, Central e Sul do estado do Rio Grande do Sul.

O grupo atua especificamente no manejo da Acácia Negra (Acacia mearnsii De Wild), espécie nativa originária da Austrália e introduzida no Rio Grande do Sul na década de 20, cujo cultivo está associado a pequenos e médios produtores. Dela é extraída a madeira, com a qual se produz carvão, energia, cavacos e pellets, sendo os dois últimos produtos exportados para o mercado asiático e europeu. A casca é utilizada como matéria-prima na produção de extratos vegetais de taninos que, também, são exportados para diversos países.

De acordo com Decionir Oliveira da Luz, gerente de compra de matéria-prima da TANAC, tal conquista é importante por atestar à sociedade que os integrantes do Grupo de Produtores RDK desenvolvem boas práticas de manejo florestal, buscando melhoria contínua de seus processos.

“O principal motivador pela busca da certificação é a melhoria contínua das operações de manejo, demonstrando que pequenos produtores florestais podem executar boas ações neste aspecto”, afirma o gerente. Além disso, garantir aos clientes finais que os produtos florestais produzidos respeitam os principais critérios de manejo responsável, seguindo tendências mundiais de utilização de matéria-prima renovável, a partir de florestas plantadas, é mais um ponto-chave nesse processo, explica Decionir.
Outro ponto destacado pelo gerente são os benefícios sociais, econômicos e ambientais que poderão ser percebidos a curto e médio prazo. Decionir também destaca que um grande motivador para a busca da certificação, tanto para a mantenedora quanto para o grupo, é demonstrar aos demais produtores florestais que a obtenção da certificação florestal é possível.
Segundo a Dra. Vanilda Rosângela de Souza, diretora da certificadora SysFlor, a certificação em grupo é uma modalidade que auxilia na viabilização do processo de certificação de pequenos e médios produtores, à medida que possibilita uma redução nos custos de certificação por membro, em comparação a um processo de certificação individual. Outro benefício é a possibilidade de divisão de custos de serviços comumente requeridos para a obtenção da certificação, tais como a identificação de áreas de alto valor de conservação e a realização estudos de fauna e flora, que, muitas vezes, inviabilizam a certificação individual de pequenos produtores.

Vanilda destaca também que a certificação de grupos de pequenos produtores tem sido uma modalidade bastante procurada pelos empreendimentos florestais, havendo previsão, ainda para o ano de 2020, de que sejam certificados outros dois novos grupos, na região Sul do país.